domingo, 28 de julho de 2013

Maria Papuda

Essa lenda é da cidade que eu moro e nasci(Belo Horizonte): No alto de um descampado havia uma cafua, onde morava velha se­nhora papuda. So­fria de bócio, doença co­mum na­queles idos da segunda metade do século XlX e que deixava o papo com aparência na­da vistosa de inchaço. Dizia-se que a velha era uma curandeira e mui­to mal-humorada. O mau humor só aumentou mais ainda quando ela soube que teria de deixar sua cabana, pois ali se ergueria a fu­tura se­de do governo de Minas, o Pa­lácio da Liberdade. A temida senhora só deixou sua choupana arrastada por guardas en­carregados do des­pejo. Não sem an­tes proferir em alto e bom som sua maldição: todos os go­vernadores que ali habitassem não terminariam o mandato, que se­riam sucessivamente interrompidos por terríveis acontecimentos. Coincidência ou não, al­guns governantes mineiros re­al­mente não terminaram seu man­dato. João Pi­nheiro faleceu em 1908, sendo substituído por Júlio Bueno Brandão. Raul Soa­res faleceu no cargo, sendo subs­tituído em 1924 por seu sucessor, Olegário Maciel. Este, por sua vez veio a falecer de infarto fulminante, em 1933, dentro de uma ba­nheira, adivinha onde? No Palácio da Liberdade, durante o segundo mandato como presidente de Minas. Isso sem contar algumas mortes trágicas de antigos ocupantes do Palácio, mas já fora do mandato, como foram os casos de Juscelino Ku­bitschek e Tan­credo Neves.
O Palácio da Liberdade em que a cabana da Maria Papuda foi retirada e construiram o Palácio da Liberdade e a Maria Papuda jogou uma praga neste Palácio!